domingo, 23 de março de 2008

Desilusões


Este é um sentimento que apesar de não ser totalmente estranho para mim, nesta ultima semana fez-se sentir com alguma persistência na minha vida. Detesto como ele me faz sentir, torno-me numa pessoa que não sou.
Ando introspectiva, calada, triste, sem grande vontade de socializar, sair e me divertir...apetece-me simplesmente estar quieta no meu canto, com os meu mp3 ligado. Tentado esvaziar a minha mente, pensar em tudo e ao mesmo tempo no nada.
No fundo, o que me aborrece mais, é que sei que a culpa por estar assim é minha.
Crio sempre demasiadas expectativas nas pessoas, sobretudo se estas são especiais para mim. E mais uma vez, desiludi-me!
Tenho-me perguntado ultimamente, como é possível ainda não ter aprendido?!
Costuma-se dizer que nós aprendemos com os nossos próprios erros, "batendo com a cabeça na parede"...
Pois eu devo ter uma certa tendência para o masoquismo...dado que a minha parede já tem buraco...o mais irónico, é que eu continuo fazendo o mesmo.
Não sei viver de outra forma, na verdade nem sei se seria feliz vivendo de outra forma.
Passo a explicar qual é o problema, não me dou facilmente as pessoas, demoro a confiar nos outros, não gosto de pensar que sou desconfiada, mas a vide fez-me cautelosa. Tenho uma enorme dificuldade em demonstrar os meus verdadeiros sentimentos e emoções...e como tal costumo ser irónica e sarcástica (qto baste.) muitas vezes para esconder o que sinto! é uma atitude defensiva, eu sei, mas faço-o desde sempre... vicio de anteriores batalhas!
Mas quando alguém consegue abrir a concha onde me escondo, e pacientemente chega-me ao coração... mudo completamente, dou-me sem limites, com uma inocência quase infantil.
Acabo perdendo a racionalidade que normalmente me caracteriza. Dou-me de coração aberto, sem cautelas pondo a maior parte das vezes os interesses dessas pessoas sobre os meus...
O problema é que eu espero ser retribuída da mesma forma, espero que se dêem como eu me dou. Asneira.
Não acho que tenha que mudar a forma como encaro as minhas relações e como me entrego as pessoas que se tornam especiais para mim, gosto de ser assim!
O que tenho que aprender, é que cada um da aquilo que pode, e o que para mim parece insuficiente, para elas já pode ser muito. O erro está no facto de eu esperar que os outros se dêem com a mesma entrega que eu...
Definitivamente, o que tenho que rapidamente aprender, é que quanto mais nos iludimos com determinada pessoa, ou situação, maior se torna a desilusão.
O mais certo é não esperar nada em troca, não criar expectativas, deixar de fantasiar e de me iludir...e simplesmente aceitar cada gesto, cada palavra, cada sorriso, cada telefonema ou mensagem como uma dádiva! E valorizar os pequenos gestos, as mais insignificantes demonstrações de carinho e aprender que devo apreciar, não aquilo que eu esperava que eles fizessem e não fizeram, mas simplesmente aproveitar a simplicidade de cada momento que passamos juntos!
Será que é desta que aprendo isto?!

sábado, 22 de março de 2008

Lost



Hoje não me sinto nos meus melhores dias, na verdade, não é só hoje. Este é um sentimento que me tem acompanhado nos últimos tempos!
Ando descontente e não sei porquê, ou se calhar até sei e não quero admitir.
Sinto-me cansada...a sensação que tenho, é que estou sempre a lutar contra algo, como se me tivesse metido dentro de uma concha, e só deixe sair uma parte de mim, na realidade todo o meu verdadeiro eu fica la dentro fechado. De vez em quando, a concha abre-se e deixo de ter a minha protecção, aí torno-me frágil e vulnerável e sou obrigada a encarar realidade exactamente como ela é!
A verdade é que nem eu sei porque me escondo dentro desta concha, porque tenho esta necessidade de me proteger, de dar a conhecer aos outros apenas aquilo que me interessa e de esconder talvez o que de melhor eu sou...
Quando olho para a minha vida até sinto-me ridícula por me sentir assim, tenho tudo para me sentir feliz, uma família maravilhosa, um grupo de amigos que são eternos, tenho saúde, estou num curso que escolhi por vocação, nunca soube o que é ter dificuldades financeiras (graças aos meus pais) e tenho tido uma vida boa e confortável. E no entanto tenho a sensação que esta felicidade que normalmente faço transparecer, não é verdadeira. É como se todas estas prendas que a vida tem me dado, não me preenchessem .
Continuo a me sentir incompleta, vazia...
As vezes sinto que estou sentada dentro de um comboio e fico parada a olhar para a paisagem la fora, só que em vez de ver campos verdes, montanhas, rios, pequenas casas, ou grandes cidade, vejo a minha vida a ir passando. Capitulo por capitulo e eu continuo sentada a vê-la passar por mim.
É assim que me sinto ultimamente, vivendo ao sabor do vento... vivendo por viver...



sábado, 8 de março de 2008

Charles Chaplin


" Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exacto. E então, pude relaxar. Hoje sei que isto tem nome...Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que a minha angústia, o meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra as minhas verdades. Hoje sei que isso é...Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento. Hoje chamo isso de...Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situaçao, ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo. Hoje sei que o nome disso...é Respeito.
Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo o que não fosse saudável, pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De inicio a minha razão chamou esta atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama...Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projectos megalómanos de futuro. Hoje faço o que esta certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo. Hoje sei que isso é...Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muito menos vezes.
Hoje descobri a...Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora mantenho-me no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que a minha mente pode me atormentar e me decepcionar, mas quando a coloco ao serviço do meu coraçao, ela torna-se uma grande e valiosa aliada.
Tudo isto é...Saber Viver! "