sexta-feira, 30 de maio de 2008

"Aldeia Global"

Globalização... uma palavras bonita, que para mim significa o mesmo que Aldeia global!
Pergunto-me o que estamos a fazer a este nosso mundo!
Se para alguns isto é um aspecto positivo de transformação e aproximação de todos os continentes, e não nego, que em algumas coisas até o seja positivo, todavia entendo que está a ser levando a proporções descabidas!
É em prol de um mundo mais unido e igual, que estamos progressivamente a perder a nossa Identidade.
As nossas culturas e costumes típicos que nos individualizam e caracterizam, e que fazem de nossos Países locais únicos, são já uma realidade que daqui a não muito tempo, constará do programa Canal História!
Isto, obviamente incomoda-me profundamente. Saber que as tradições dos povos estão a desaparecer, para emergir numa só cultura global, sem graça e sem cor, onde é tudo cada vez mais plástico!
Que graça tem um mundo sem diversidade?
Vou materializar isto que acabo de dizer, através de 2 exemplos, o novo acordo ortográfico da língua Portuguesa, que foi recentemente aprovado, é um deles!
Segundo ouvi, estas mudanças são para facilitar a compreensão e aproximação, entre os países de língua Portuguesa, o que faz-me alguma confusão, porque é por alguma motivo que a nossa língua se chama português e parece-me lógico, que se chama assim, porque este pequeno País se chama Portugal!
Agora vêm alguns quantos "especialistas" dizer que é melhor escrever ação em vez de acção, ou fato em vez de facto.
Se é para fazer um acordo ortográfico, devia ser baseado no que é falar e escrever bem português, não passar a "abrasileirar" a língua de Camões e Fernando Pessoa, que neste momento devem estar a dar voltas nos túmulos!!!
E é assim, que se esta a matar esta mui nobre língua, e tudo por um bem maior: GLOBALIZAÇÃO!
Mas isto não se passa só em Portugal, porque o próximo exemplo que vos quero referir é o concurso da eurovisão.
vamos a explorar a essência da palavra, porque as palavras existem para alguma coisa, ora bem, eurovisao, deveria querer significar, que se trata de um concurso onde os varios países da Europa, juntam-se a fim de concorrerem com musicas que identifiquem os seus próprios Países, que dêem a conhecer as suas próprias línguas, que é a característica mais marcante da identidade de um País, e dessa forma, mostrar um pouco da sua cultura.
Porém é novamente em prol de um mundo mais próximo, que para minha tristeza, vejo ganhar o cantor russo, Dima Bilan, com o tema "Believe", escrito pelo americano Timbaland.
O que me irritou, e não foi só o caso da Rússia, como de outros Países da Europa, terem cantado em Inglês. Este concurso, que até acho uma iniciativa cultural muito boa de "intercâmbio" entre os Países da Europa, tem progressivamente perdido a seu significado!!
Para mim, e a minha opinião vale o que vale, cada País deveria se apresentar na sua própria língua e de preferência, que os concorrentes fossem nacionais desses Países, ao contrario da cantora que representou a Grécia, e que por muito pouco não ganhou, além de ter cantado em inglês...é Americana, presumo que tenha uma dupla nacionalidade, visto que os pais, esses sim são gregos!
Vou-me ficar por este 2 simples exemplos, existem muitos mais onde este fenómeno de aldeia global ou corre"c"tamente falando, Globalização tem tido consequências mais graves, como a abertura das fronteiras europeias aos mercados mundiais...
Enfim, isto deprime-me!
Até qualquer dia!






domingo, 25 de maio de 2008

Baraka = Essência da vida

Andava à uns dias, à procura de um titulo para agarrar um tema sobre o qual, já a muito queria escrever.
Descobri este, num blog (http://coisasdecima.blogspot.com) de um ser muito especial, que tem uma alma inquieta como a minha.
Baraka, significa essência da vida, fôlego da vida. Este é um tema que alicia a minha curiosidade, e que ocupa muito tempo aos meus pensamentos.
Tenho-me perguntado desde sempre, qual o significado da minha existência?, o que nos motiva a viver e a continuar vivendo apesar de todas as pedrinha que a vida nos vai colocando no nosso caminho? Será que estamos confinados a uma vida pré-predestinada por algo superior que brinca com as nossas vidas como se de uma marioneta se tratasse? ou será que o nosso destino pode desenhado por nós?
Acredito que cada um de nós, em alguma fase ou circunstancia da nossa vida, quer de forma consciente ou não, questiona-se acerca disto, porque é através das respostas a estas perguntas, que orientamos a direcção que damos à nossa vida.
Já houve tempos em que acreditava que a essência da vida era o amor, hoje já não tenho tanta a certeza disso. É claro que o considero o tempero mais gostoso que a vida nos oferece, todavia pergunto-me se será suficientemente importante para o considerar a essência da vida?
O amor faz-nos voar, eleva os nossos sonhos a níveis nunca antes atingidos, é um amontoar de sentimentos e emoções que nos faz suspirar, ansiamos e esperamos que aquele amor pelo qual tanto procuramos possa nos preencher e dar sentido às nossas vidas.
Possivelmente para grande parte da humanidade, talvez seja a resposta, e não digo que talvez um dia não volte a ver isto como a minha realidade.
Porem, para a minha alma profundamente inquieta e insatisfeita, acredito que o amor é algo efémero, tal como todo o resto que temos na vida.
Sei que isto que acabo de dizer, pode chocar algumas pessoas.
Ouço frequentemente " falas assim porque ainda não encontraste aquela pessoa especial" e possivelmente tem muita verdade nisso, porém para mim isto é elementar, se pensarmos na nossa própria existência, nós nascemos, crescemos e mais cedo ou mais tarde morremos.
Este é um facto por todos aceite, então porque acreditar que o amor é diferente?
Vivo em constantes crises existenciais, talvez porque por muito que pense nisto não consigo descobrir as respostas certas para estas perguntas.
Já pensei também que o catalisador da minha vida era a minha carreira, a realização profissional, a busca de uma situação económica confortável que me proporcionasse todas as coisas boas que a vida tem para oferecer. Felizmente abandonei rapidamente esta ideia, chegado a feliz conclusão que o dinheiro não compra as melhores coisas da vida, não compra sentimentos nem emoções, não compra amigos verdadeiros e família, não compra a consciência tranquila, nem paz de espírito nem saúde e muito menos consegue-se comprar a vida ou a morte! Nao sou cínica a ponto de achar que vivia melhor sem dinheiro, gosto da sensação de segurança que ele me proporciona e todo o conforto que me da. Tenho perfeita noção que é uma grande ajuda na vida e que sem ele, hoje em dia, poucas coisas se pode fazer. Mas não o considero a essência da minha vida.
Pensado seriamente sobre o assunto, se tivesse que identificar o que neste momento da minha vida significa a essência da minha existência, seria a busca de uma figura utópica que todos nos a queremos alcançar.
A Felicidade. Considero-a utópica porque a ideia de uma vida feliz para mim não existe, o que existe sim são momentos de felicidade, que são todavia passageiros, mas que quando vividos intensamente, nos deixam um gostinho bom na boca e devemos saborea-los ao máximo porque este rapidamente vai desaparecer.
É porém a lembrança deste doce sabor, que nós nos levantamos perante as dificuldades e é pela esperança de o voltarmos a sentir que continuamos a viver.
É portanto esta a essência da minha vida, aproveito todas as migalhas de felicidade e momentos de plenitude que a vida me dá, e que a mim me satisfazem como nenhuma outra coisa satisfaz.
Não sei se esta é definitivamente a essência da minha existência, é possível que amanha, daqui a um mês, para o ano ou daqui a 5 mude de opinião, mas neste momento é o mais próximo que consigo chegar as respostas que procuro.


domingo, 11 de maio de 2008

O lado Selvagem " into the wild"


Tenho que partilhar com vocês um livro que acabei de ler, chama-se "O lado selvagem" de Jon Krakauer.
Um livro brilhante, que comoveu-me e prendeu-me ate à ultima folha. Um livro, que levou-me a estados de espírito controversos, que fez-me pensar na minha vida, na forma como a estou a viver, na sociedade que fazemos parte. Um aglomerado de folhas, que fez-me sonhar, que deu-me vontade de largar tudo e desaparecer por uns tempos.
Arrisco-me a dizer, que foi o livro que mais me marcou até hoje, o único que conseguiu sortir uma mudança na minha vida, na minha personalidade e mesmo na forma como me relaciono com as outras pessoas.
Não é um livro de auto-ajuda, nem uma historia criada do imaginário de Jon Kraukauer, é o relato do percurso de vida, ou melhor, da escolha de vida que Christopher McCandless fez. Que jovem absolutamente fanscinante, corajoso, extremamente inteligente, um visionario, que morreu cedo de mais.
Um jovem que abandona o mundo civilizado, depois de ter viajado sem destino pelo oeste americano, tenho como objectivo chegar ate ao Alasca, onde vive uma aventura que lhe retirará a vida. Mas que o preencherá como nenhuma outra.
Um espirito livre, que critica fortemente o consumismo, o conformismo, a aceitação do imediato, levada a cabo pela sociedade do mundo em que vivemos.
Ansia viver da forma simplificada ao extremo, sem complicações, nem invenções humanas e mundanas.
No tragico desfecho, Chis, chega a dolorosa conclusão, que " A felicidade só é real quando partilhada" todavia, já era tarde.
Deixo-vos uma das muitas frases deste livro, que marcou-me profundamente "Antes do Amor, do dinheiro, da fé, da fama, da lealdade...dá-me a verdade"

Para finalizar esta minha entrada, saliento, que saiu recentemente no cinema o filme "Into The Wild", baseado nesta obra, e na vida de Chistopher McCandless. Produzido por Sean Penn, tendo Emile Hirsh, como personagem principal.

Deixo-vos o trailer: